terça-feira, 3 de agosto de 2010

SÃO FRANCISCO DE ASSIS!


"SÃO FRANCISCO "
(poema de Arthur Pereira e Oliveira)
"Chico nasceu na riqueza,
Mas mergulhou na pobreza.
Quis ser o último dos pobres,
Irritou prelados nobres,
Que nele não viam exemplo.
Percebiam desafio
Visse Cristo em cada fio,
Dentro ou fora de um templo.
Não se deteve Francisco.
Amou os mais simples seres,
Amou a flor e o cisco.
Morreram os grandes prelados.
Francisco, que não quis teres,
Continua entre os amados."
Sobre o autor do poema:
Arthur Pereira e Oliveira, nasceu em Fpolis em 30 ago de 1909. Em 1931 diplomou-se em Medicina pela Universidade do Rio de Janeiro. Foi professor titular na cadeira de Patologia, na Universidade Federal de Santa Catarina. Aposentou-se em 1979.
Nesse mesmo ano foi eleito para a Cadeira de número 19 da Academia Catarinense de Letras e publicou seu primeiro livro de poemas, CANTO LIBERTO. Mais adiante publicou INSATISFAÇÃO e CANTOS E DESENCANTOS.
Transcrevo abaixo, mais um de seus poemas que aprecio, do livro: Cantos e Desencantos, editado em 1992.
"QUANDO"
"QUANDO EU ADORO NÃO CANTO,
ABANDONO SONS, PALAVRAS,
FICO MUDO QUAIS AS FOLHAS
INDIFERENTES À BRISA
A PROVOCAR SEU BALANÇO.
QUANDO EU ADORO NÃO VEJO,
SOU QUAL AS CORES DAS FLORES
DEIXANDO OS RAIOS DO SOL,
TRANQÜILOS NAS SUAS PÉTALAS,
SEM MUDÁ-LAS, SEM CORÁ-LAS.
SÓ DEIXO QUE CANTEM EM MIM,
NO BÁRATRO MUDO DO EU,
AS VOZES QUE NÃO TÊM SOM,
OS JÚBILOS QUE NÃO BORBULHAM,
PRAZERES ATENUADOS.
MAS,
QUANDO CHEGA QUEM ADORO
TUDO FICA MAIS SONORO.
QUANDO JUNTOS NOSSOS EUS,
NOSSOS CORPOS, NOSSAS ALMAS,
NÃO HÁ MAIS NEM EU NEM TU
QUE PASSAS TU A SER EU
QUE PASSO EU A SER TU.
QUANDO HOUVER ETERNIDADE,
QUANDO CESSAR A IDADE,
FUGIRÁ A IMANÊNCIA,
SURGINDO A TRANSCENDÊNCIA"..

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