quinta-feira, 30 de junho de 2011

FRANCÓFILOS! / EU???











Acho que não! nem falar francês direito eu sei!apenas me comunico,aos menos por enquanto!
Mas quando acordo, a primeira coisa que me vem a mente é comer um croissant com um pouquinho de manteiga!
E dar uma beliscada num baguete, com de geléia!
Mas sabe do que gosto mesmo de manhã quando acordo?
Gosto de iogurte. Sabe um iogurte bem cremoso, suave, levemente adocicado com pedacinhos de framboesa no fundinho? e absolutamente nada ácido? é disso que gosto!
Penso também num millefeulle da Paul, leve, crocante, com creme de baunilha (tem também de café e chocolate), despedaçando na boca! não dá pra cortar nem pra morder de tão crocante e cremoso!
Mas prefiro deixar o mil folhas pro lanche da tarde.
Agora estarei pensando no almoço! não gosto muito de almoçar normalmente, mas não me importo de comer um croque monsieur ou um crepe do Breitzh! fininho, crocante e com muitos legumes.
Os tomates são muito saborosos e os aspargos frescos dão ao crepe um aroma indescritível! e aquela geminha de ovo perfeita em cima! o que é aquilo!???
Depois do almoço, um lanchinho lá pelo final da tarde, um chocolate chaude, quentinho e cremoso! com sabor de chocolate belga com baunilha!
Meu Deus! é o céu!!
Alguns macarrons seriam perfeitos neste momento se a bebida for café creme, (café com leite). Não sei o que é melhor, se é o café ou o leite! mas vamos combinar!!! aquelas xícaras grandes de porcelana, verde ou pretas,são um luxo!!!
Mesmo que do seu lado tenha uma dezena de turistas e ou franceses com seus poodles, não faz mal, nenhum deles vai se mexer da cadeira, você pode ficar bem tranquilo observando a paisagem! nenhum garçon vai te importunar, a menos que você o chame.
Do outro lado da rua pode ser a Brasserie Lipp, que foi frequentada por Sartre, Simone, enfim... todo mundo já foi na Lipp, afinal salsichão é bom em qualquer país!! Do lado esquerdo pode estar a igreja de Saint Germain, ou uma feirinha de rua, ou, vc pode estar na frente da ópera Garnier ou no George V do Champs Elysées.
Vai ficar um pouquinho mais caro, mas vai valer cada centavo, (de euro) eheheh, ver
tanta gente passando! afinal, o mundo passa todinho na sua frente! é quase como no cinema, só que vc não tem um roteiro pré determinado e pode improvisar caminhando pelas ruas repletas de história viva! derrepente vc se depara com uma plaquinha no Champs Elysées: Aqui viveu Santos Dumont!!!! como não se emocionar?
Hora do jantar!!! que tal? impossível perder o jantar na França! lembra que Deus janta por lá? então...
Boa companhia vc já tem!
Se deixar vou ao Le Petite Perigourdine, na rue das Ecoles, todos os dias!
Mas agora ficarei assídua do Le Petite Prince, graças aos queridos Cris e Joel que o descobriram, e do Le Pot De Ferr, onde jantei com o Guto e a Suzi,que estavam em lua de mel, na rua homônima próxima da Mouffetard, que já era minha favorita.
A place de Le Contrescarpe, no início da rue Mouffertard é encantadora!
Gosto de comer coxa de pato com molho, risoto de camarão, camarão com molho flambado no wisky, que lá se chama gamba, imagina só! gamba pra nós é algo bem diferente.
Mas os molhos que guarnecem os pratos de frango ou pato, são surpreendentes.
Uma ocasião tive uma epifania no La Petite Perigourdine, na rue das Ecoles, no quartier Latin, meu bairro favorito!
Verdadeiro deleite para a alma!
A entrada é aquela terrine da casa com pão e azeite de oliva! Todos os amigos que provaram, adoraram! O Filipe, o Joel e o Ricardo e o Jorge, ficaram muito bem impressionados! ou então o foie gras, com folhas frescas de rúcula. A rúcula na frança é bem fininha e crocante. E mais baguete. Se sobrar espaço para o créme bruille ou o Ille flotante, eu dificilmente recuso!
O melhor ille flotante que comí foi no Café Constante, na Rue Saint Dominique, onde o Chefe Eduardo Jacinto, de Floripa, Brasil, está trabalhando! Lá comí cérebro de novilho.
Experiência (deveras) interessante!(pecadora) eu?
Meu lado curioso aflora de vez em quando! mas depois de toda essa maratona gastronômica despedindo e agradecendo aos garçons, que já me tratam um pouco melhor, alguns até bem simpáticos! acreditem: ganhei vários chaveirinhos da torrre Eiffel de brinde de uma loja de souvenirs próxima da Place des Vosges, no Marrais!
Quís até dar um beijinho no rosto da senhora, de tão feliz e (surpresa) que fiquei, mas ela sorrriu e deu (literalmente)um pulo pra trás.
Também, normal né? querer dar beijinhos em pessoa que nem te conhece?
Na frança não rola. Mas e daí? não faz mal!!!
O que vale é a intenção! uma pequena gafe aqui, outra alí, afinal ninguém é perfeito!
Eu muito menos. Só tento levar a vida com um certo humor! não sei se bom ou mal, mas confesso, sinto uma falta de dar de cara com aquela pracinha de Saint Germain onde filmaram "A época da inocência".
Saudades daquele piano tocando Edith Piaf no Hotel Saint Jacques de manhã cedinho, antes mesmo de acordar!
Tenho saudades da torre! saudades do jardim de luxemburgo. Sempre vou naquele jardim. Para mim é como ir a um templo ou igreja. Um lugar de paz!
Sinto uma falta danada de sair caminhando livremente sem ninguém me importunando na rua, nem pedindo, sequer me olhando! gosto muito desse tipo de privacidade, é uma coisa tão pessoal, que me conforta!
Estiquei minha jaqueta de nylon no gramado da Place de Vosges e me deitei pra relaxar um pouco e colocar a coluna em ordem! Nossa !, quanto tempo não me deitava assim no chão, quase como criança, olhando pro céu azul acinzentado, nove e vinte da noite, alguns raios de sol ainda persistiam, e eu medindo a largura da praça, simétricamente igual em todos os cantos, o barulho da fonte, eu, o céu e o sol.
Sabia que Victor Hugo morou ali em frente?

Martina Knoll
junho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

NA PROVENCE





















Acho que encontrei o lugar! o paraíso dos meus sonhos de infância!
O lugar que sempre imaginei nos meus contos de fadas infantís!
No terreno baldio em frente a minha casa em Rio do Sul onde as abóboras floreciam,
Destacava as pétalas de florzinhas na primavera para cobrir as unhas.
Estas flores também viravam tapetes neste cenário.
Elas cobriam os barrancos de terra e o meu pé de limão virava pé de laranja lima, depois do filme.
No inverno era coberto com barba de velho e virava uma cabana.
As colchas de cama de cetim de minha mãe viravam vestes de rainha, onde a coroa era feita de cartolina com papel dourado.
Tive uma infância de princesa aliada aos filmes que assistia no cinema de meu pai.
Imaginava cestas de piquenique adornadas por toalhas xadres e muitos campos de flores.
Adorava as pequenas florzinhas do campo que nasciam livremente em todos os terrenos no entorno de minha casa.
Tinha uma que parecia uma bolinha de penugem.
Quando assoprava, suas minúsculas pétalas inundavam o ar formando uma nuvem branca.
Tinha uma azedinha que dava uma florzinha bem pequena e cor de rosa. Era uma delícia de comer!
Tudo era tão perfeito naquele tempo e aquele terreno em frente parecia tão grande.
Meu pai fez uma casinha de bonecas para mim. Ela era de madeira e tinha uma janelinha e uma porta. Nela cabiam umas 6 pessoas!(crianças).
Montei uma escolinha e alfabetizei meus dois irmãos mais novos.
Tudo o que eu aprendia na escola ensinava pra eles.
Adorava dar aulas de Inglês e Português.
Sempre gostei de ler. Na quinta-série, lí todos os livros da Laura Engalands Wildner, uma escritora americana que narra toda a saga de uma família através de sua filha mais velha. Eu me identificava muito com a narrativa e com a estória.
Era cliente assídua da biblioteca do colégio e recebia muitos elogios da irmã Bilo, no Colégio Maria Auxiliadora.
Através das leituras, do cinema e dos cenários que criava no entorno de minha casa, eu sonhei e construí um lugar exatamente assim, que acabei de conhecer recentemente:
A PROVENCE! a provence é o verdadeiro lugar dos meus sonhos!
Gosto dos castelos, dos vestígios dos aquedutos romanos, das montanhas do Luberon.
Quando cheguei em Aix en Provence e ví a montanha Saint Victorie, aquela mesma, que Cézane pintava, eu me reconhecí naquele lugar mágico!
No final da primavera e início de verão, onde o sol se põe as dez horas da noite, pude vislumbrar o frescor do mar numa aldeia provençal de nome Antibes.
Arles tem uma das mais antigas arenas romanas de todos os tempos e a cidade cheira a arte! em Avignon reconhecí uma igreja que já havia pintado. Quando iniciei na pintura, fiz uma série de igrejas, desenhadas a carvão.
Nos campos de lavanda, girassóis, trigo e nos vinhedos da Provence eu reencontrei a minha infância!
Me ví correndo naqueles bosques de Fontaine de Vaucluse, onde as águas formam cascatas sobre lagos com algas de um verde inimaginável! naqueles tecidos de algodão macios de Lourmarin, na feirinha de rua repleta de queijos, salames, ervas provençais, sabonetes, nas cestas de piquenique com toalhas de tecidos de algodão provençal!
Músicos Celtas inebriavam o lugar com sua música!
Em Bonnieux me ví parte do cenário de Peter Mayle no seu livro: Um Ano Na Provence.
Se pudesse, recomendaria a todos os meus amigos que o lessem! e que depois continuassem a leitura com: Toujours Provence! igualmente maravilhoso!
Peter Mayle me ajudou a descobrir a Provence, como Sartre me ajudou a descobrir Paris!
Duas maneiras totalmente diferentes, mas muito especiais!
Lá comí o melhor crepe de maçã da minha vida!
Tomei o melhor rosé!
Provei um cálice de Pastís!!! só Deus sabe o que o anís pode fazer por um ser humano!
O aroma adocicado dos tomates frescos, vermelhos, sempre unidos por seus cabinhos!
O aroma das lavandas, oh as lavandas com seus poderes mágicos de acalanto!
Das ervas para tempero!
Dos banhos com os sabonetes medicinais de lavanda e azeite de oliva!
Ah! os azeites de oliva, merecem um capítulo a parte.
E as flores!
Eram mesmo as da minha infância!
Disso eu tenho certeza!

Martina Knoll
Junho de 2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A ESSÊNCIA DA VIAGEM!

"A essência da viagem é não ter deveres nem horas marcadas, nem correspondência, curiosos, comissões de recepção, nem destino fixo.

O bom viajante é o que não sabe aonde vai, e o viajante perfeito é o que não sabe de onde veio.
Nem sequer sabe seu nome e sobrenome."

(T'u Lung)