quinta-feira, 28 de julho de 2016
quarta-feira, 27 de julho de 2016
Les escargots voadores
Estava sentada em pleno Boulevard Saint Germain na varanda de um daqueles cafés lindos e geniais experimentando pela primeira vez, (era também minha primeira ida a Paris), os famosos escargots exibidos nos filmes que assistia quando criança. Então... voilá, chega aquela bandejinha de prata com o legítimo potinho de porcelana de Limoges, claro!. contendo dez pequenos caramujos nadando dentro de um molho esverdeado. A aparência até que é bonitinha... mas não parecia muito apetitoso até sentir o aroma de vin blanc que emanava de uma pequena jarrinha com molho esverdeado que era servida à parte. Primeiro exercício: conseguir fixar a tal concha no aparelho específico de metal parecendo aquele puxador para alongar os cílios com a mão esquerda. Em seguida tentar puxar a rabeta da lesma com uma pinça reta sendo que o caramujo é oval. Então supõe-se uma certa dificuldade para caçar o bichinho que parece vivo tentando se escapar.
O casal ao lado não esconde a emoção e se prepara para sorrir meio que se divertindo às custas da minha inabilidade.. Platéia francesa a postos, não pude deixar de me divertir .. e muito.. tentando tirar o molusco da casca. Não consegui na primeira tentativa, e claro, quase arremessei o bicho varanda afora..., mas na terceira tentativa consegui degustar uma das coisas mais deliciosas do planeta. Mas vou avisando: - o segredo é o molho verde servido à parte onde você banha o bichinho acompanhado de uns goles de champanhe, onde você mergulha nas suas fantasias de criança e vira gente grande. A sobremesa foi uma tarte au poire. Torta de pera. .voilá! ..dos Deuses!
terça-feira, 3 de maio de 2016
"ISTO" 1/04/1931
(Fernando Pessoa)
"Dizem que finjo ou minto tudo o que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não esta ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
SENTIR? SINTA QUEM LÊ!
(Fernando Pessoa)
"Dizem que finjo ou minto tudo o que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não esta ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
SENTIR? SINTA QUEM LÊ!
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