domingo, 15 de janeiro de 2017

Ensaio sobre um verão. Nenhum outro mais.

-Vou precisar do teu abraço com certeza Fabian!
 A ventania toma conta da praia.
- Olha  que vem tempestade aí  Mariela! - Vamos correr!
- Me arrastas a procura de um abrigo. Me puxando com toda a tua força na pressa de me proteger.
- Nós, os jovens sempre temos pressa de chegar a lugar algum....
-Mas ..." A juventude sempre tem razão". Seguimos...
A praia estava ficando deserta.
Parecia que o mundo estava desabando entre relâmpagos e trovões.
Procuramos abrigo  próximo a algumas construções.
Encontramos um vão de menos de meio metro com beirado estreito na porta de uma garagem pintada de verde.
Só cabia uma pessoa ali, mas tínhamos  que dividir o espaço.
 Nossos braços estavam ocupados com abraços.
 As ruas se transformando em riachos. O dia virando noite e nós juntinhos, imobilizados. Provavelmente sorrindo feito adolescentes, ...sentindo o cheiro de mar e dos pingos de chuva que escorria nos nossos cabelos. Éramos um protegendo o outro, tremendo de medo ou de frio, ... o dia virando noite, um cheiro delicioso de sal e areia inundando aquela praia toda.
As luzes poderiam se apagar, o mar secar.
As estrelas todas enfileiradas, desciam dos céus, tatuando a pele bronzeada das nossas faces.
Não sei em que tempo paramos. Não sei ao certo,  aonde, ou se isso realmente  aconteceu de verdade. Apenas encontrei em algumas gavetas da alma, vestígios  e sinais de pequenas tatuagens...como se fossem beijos querendo virar estrelas!.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Quem és tu!

Quem és tu!



Tu te tornaste um bruxo cigano panteísta.
Eu, uma flor camuflada tipo erva daninha que se arrasta pra proteger a terra do sol escaldante. Me deixando assim,  arder ao sol do meio dia. Me entregando a morte com medo da chegada do inverno.
É preciso arder ás vezes para renascer em terreno fértil. Ser o nosso próprio adubo é vivenciar a nossa dor. Dor essa que poderia ser minha ou tua. Se não ardes, muitos se queimam. Se digladiam, se perdem.

Não se foge do tempo por toda a eternidade. Um dia ele virá para o acerto.Como tão bem colocaste. Eu me perdoo,  e é perdoando assim consequentemente... que espero conseguir um dia o perdão da tua natureza.