quarta-feira, 19 de abril de 2017

CAIS / 1995

Na chegada do outono, com o frescor dos mares vem sempre pouco de poesia pra recordar.

Você é o cais de um porto
Onde muitos barcos aportam.
E eu sou um barco lento...
Que a brisa leve
Transporta...
E aporta suavemente...
Nesse porto.

(mk)  1995

Atend! Espera!    
Os barcos sabem sempre aonde querem chegar.
Cada margem é um porto de aconchego ou de surpresas..
A nos esperar.

(mk). 2017

Bon Voyage!

As melhores viagens 
são sempre as mais solitárias
Onde não corremos risco algum de nos perdermos
Porque sabemos...
Temos que ser fortes e vigilantes.
Também para que te sintas acompanhado
das tuas melhores lembranças
Frutos de teu passado glorioso!.


SENSIBILIDADE


Não sou inteligente
Sou sensível.
A penas.
Isto quer dizer que sou fraca.
Muito.
Ha muito tempo
Um amigo me disse
Que pareço
Com uma cristaleira.
Fiquei imaginando...
Todos esses anos...
Tudo o que contém uma cristaleira...


(mk). 04/2017

quarta-feira, 12 de abril de 2017

                                          A MENINA E O MAR          



    Tenho coisas importantes pra falar sobre a tua imagem: - Uma boa, e outra péssima notícia: A ruim primeiro porque um bom veneno se destila a conta gotas !  - Nós, (ambos) no conjunto da obra da nossa geração atlética,  telúrica, colérica e  nativa ..: estamos ficando literalmente... velhos! .
Quem foi bonito pra caralho sabe muito bem o que é acordar um dia e ver que sua vida já teve passado e isso ha meio século! Agora então a boa! Você tem todo o apoio do universo machista que te acolhe e é quem dita as regras. Tem a chave da juventude tatuada nas veias. No olhar de predador e no sorriso de menino que  percebo: - nunca vai te deixar. A menos que você o abandone no meio do oceano. Quanto a mim, a minha criança me testa todos os dias. Mas tenho ainda sonhos, e os vivencio a cores nos meus escritos. Acordo, adormeço e me banho no oceano das letras . Que me proporcionam viagens para além dos mares. Meus escritos  me devolvem sempre e ainda um pouco da menina de pernas longas, cabelos dourados, de corpo firme, tatuado e suado , com cheiro de maresia.

domingo, 9 de abril de 2017

"O escritor original, enquanto não morre,  é sempre
   ESCANDALOSO."             (Simone de Beauvoir).





domingo, 15 de janeiro de 2017

Ensaio sobre um verão. Nenhum outro mais.

-Vou precisar do teu abraço com certeza Fabian!
 A ventania toma conta da praia.
- Olha  que vem tempestade aí  Mariela! - Vamos correr!
- Me arrastas a procura de um abrigo. Me puxando com toda a tua força na pressa de me proteger.
- Nós, os jovens sempre temos pressa de chegar a lugar algum....
-Mas ..." A juventude sempre tem razão". Seguimos...
A praia estava ficando deserta.
Parecia que o mundo estava desabando entre relâmpagos e trovões.
Procuramos abrigo  próximo a algumas construções.
Encontramos um vão de menos de meio metro com beirado estreito na porta de uma garagem pintada de verde.
Só cabia uma pessoa ali, mas tínhamos  que dividir o espaço.
 Nossos braços estavam ocupados com abraços.
 As ruas se transformando em riachos. O dia virando noite e nós juntinhos, imobilizados. Provavelmente sorrindo feito adolescentes, ...sentindo o cheiro de mar e dos pingos de chuva que escorria nos nossos cabelos. Éramos um protegendo o outro, tremendo de medo ou de frio, ... o dia virando noite, um cheiro delicioso de sal e areia inundando aquela praia toda.
As luzes poderiam se apagar, o mar secar.
As estrelas todas enfileiradas, desciam dos céus, tatuando a pele bronzeada das nossas faces.
Não sei em que tempo paramos. Não sei ao certo,  aonde, ou se isso realmente  aconteceu de verdade. Apenas encontrei em algumas gavetas da alma, vestígios  e sinais de pequenas tatuagens...como se fossem beijos querendo virar estrelas!.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Quem és tu!

Quem és tu!



Tu te tornaste um bruxo cigano panteísta.
Eu, uma flor camuflada tipo erva daninha que se arrasta pra proteger a terra do sol escaldante. Me deixando assim,  arder ao sol do meio dia. Me entregando a morte com medo da chegada do inverno.
É preciso arder ás vezes para renascer em terreno fértil. Ser o nosso próprio adubo é vivenciar a nossa dor. Dor essa que poderia ser minha ou tua. Se não ardes, muitos se queimam. Se digladiam, se perdem.

Não se foge do tempo por toda a eternidade. Um dia ele virá para o acerto.Como tão bem colocaste. Eu me perdoo,  e é perdoando assim consequentemente... que espero conseguir um dia o perdão da tua natureza.