domingo, 25 de julho de 2010

SOBRE O ROMANTISMO - NO MASP - abril/2010

O MASP - Museu de arte de S. Paulo Assis Chateaubriant, abriga uma das mais preciosas coleções de arte da América latina, com quase 8 mil obras. Destas, foram selecionadas 79 e organizadas tematicamente cfe concepção proposta pelo curador Teixeira Coelho, onde não é a cronologia que importa e sim a similaridade de conteúdos e formas de apresentá-los.
Em ROMANTISMO- A ARTE DO ENTUSIAMO , vemos lado a lado obras Clássicas, Modernas e Contemporâneas, brasileiras e de outras origens, mas que dialoguem entre si.
Alí se fazem presente obras de Renoir e Van Gogh, Cézanne e Turner, Bosch e Gauguim, Vitor Meirelles e Dalí.


Esta visita ao Masp me proporcionou momentos de emoção e encantamento.
Apesar dos museus estarem muito movimentados atualmente, nada me deixa mais em contato comigo mesma, do que qdo estou em um museu! Recentemente levei meus sobrinhos para conhecerem o Museu Cruz e Souza, antigo Palácio do Governo de SC e tbém a uma exposição de Franklin Cascaes! Lembro de uma ocasião, ter ido a N. YORK, quase que exclusivamente para ir a museus. Fui ao Gugenheim, Moma, Metropolitam e ao Whitney. Visitei uma exposição de ARTS and Crafts (artesanato sempre me fascinou) e tbém fiz um trabalho fotográfico sobre a ARTE DE RUA DE N. YORK. Voltei inebriada de tanta informação! Naquela época (1997) ainda tive a felicidade de visitar a Bienal de N.Y. Ir a Books and Co comprar um livro sobre a Arte do Grafite (naquela época estava imersa no mundo da arte contemporânea, a pintura e a arte dos murais e do grafite me impressionavam muito)emfim.. foram momentos mágicos, que mudaram minha vida para sempre. Assim como o que vivenciei no MASP recentemente, com a Exposição sobre o ROMANTISMO, e o quanto o que o romantismo fala por si próprio. Mesmo que a natureza seja o palco perfeito para esta demonstração. Mesmo que nada mais importe, a atração que envolve sentimentos como o amor,
é o que move tudo isso!Tentarei descrever um pouco do que ví ou sentí ao me deparar com uma tela de
ANDRÉE SIMON - Untitled de 1960 ,não pude conter as lágrimas ao me deparar com um mar em tons de rosa e azul, que era pura emoção e poesia!

O ATELIÊ DO ARTISTA, de José Vital Branco Malhoa (1855-1933) me surpreendeu profundamente, assim como a

PRINCESA BISBESCO, de Edouard Vuillard (1868-1940), que retrata o interior das habitações como um abrigo, dentro da cena urbana, como um refúgio. Há o interior do conforto e da autossuficiência frente ao mundo áspero e tbém ao interior como aposento onde a individualidade se confronta com mundos imaginários ou consigo mesmo, onde muitas vezes a natureza penetra apenas como " natureza morta", como no caso deste quadro.

AS MENINAS, ROSA E AZUL, de Renoir (1841-1919), nos levam a sonhar com a infância e a pureza de alma.

PASSEIO AO CREPÚSCULO, de Van Gogh (1839-1906)

MONSIEUR FORCADE, 1889 de Taulouse -Lautrec (1864-1901)
Me fez reviver o piano tocando Edith Piaf e as paredes do Hotel Saint Jacques, de Paris!

RETRATO DE UM HOMEM COM CARTOLA, de Giovanni Boldinni, (1842-1931) remete à França e todas as suas artes! Italiano, exilou-se na França em 1871.

VACA, de Émile Claus (1849-1924) surpreende a veracidade das cores!

SACRÉ-COEUR de Montmartre e Chateau des Brovillards, 1934 de UTRILLO(1883- 1955)
um de meus favoritos por retratar casarios de época que me emocionam desde a infância.

A PONTE JAPONESA SOBRE A LAGOA DAS NINFÉIAS, de Claude Monet (1840-1926)

RENÉE, 1917 de MODIGLIANI (1884-1920)

A CATEDRAL DE SALISBURY VISTA DO JARDIM DO BISPO, 1821 de John Constable (1776-1837) este trabalho realizado no período classico do romantismo, mostra a liberdade da natureza nos jardins ingleses, sem a geometria dos jardins franceses. Mas com a imponência da arquitetura.


Percorrer esta exposição foi um passeio marcante e produtivo , onde pude vislumbrar e sentir através de trabalhos de artistas tão nobres, o valor de cada momento, o tempo de cada minuto, o segundo que anima e alimenta a alma romântica de cada um.
E de cada "nós", do "EU de NÓS", retratado como pintura no poema de Alcides Buss, que mencionarei no final deste texto, como homenagem a esta magnífica mostra.

Ir a museus é sempre um encontro!
Um glorioso encontro com nosso passado e um futuro presente!!!

(martina - 25/jul/2010)


"EU DE NÓS" (de Alcides Buss)

"Olho pra dentro de mim,
olho bem pra dentro de mim e me vejo um outro,
um outro tão outro que nada, quase nada
tem de mim.

Oh, tem forma de flor,
não, de pêssego, quase pêssego
e a púrpura cor da romã, quase romã,
quase maçã
ou um grande morango silvetre a pulsar, a pulsar.

Olho bem pra dentro de mim,
lá onde olho nenhum alcança
e me ouço, profundo
me ouço, me ouço
antes de mim."

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